domingo, 15 de março de 2015

Comentários: Death Parade #10 – Story Teller

Contador de histórias. As histórias contidas nos livros de cada um. Se coisas importantes da sua vida pudesse ganhar forma em cartões. O que apareceria? 
Comentário Anterior; Death Parade #09 – Death Counter

Esse episódio traz respostas ou acentua ainda mais as perguntas? A participação de personagens entrelaçados com outros que já foram julgados em outras circunstâncias é algo que eu estava esperando ocorrer faz um tempo. Foi uma grata surpresa ver uma personagem ligada diretamente logo a um personagem de Death Billiards, o predecessor de Death Parade. Mais curioso ainda foi a velhinha não demonstrar curiosidade para com o destino do seu velho esposo (parece ser um costume chamar o parceiro dessa forma. A bem da verdade eu já vi isso muito aqui também. Inclusive, acho tosco quando homens chamam suas esposas de “mamãe” e elas de “papai”),  
No inicio eu achava que ela teria alguma relação com a Kurokami... quer dizer, Chiyuki, mas acabou se mostrando ser apenas uma convidada especial para que Decim pudesse efetuar seu julgamento. O que me leva a questão de: se eles podem levar qualquer tipo de pessoa que acabara de morrer para aquela torre, qual exatamente seria o papel prático de tudo aquilo? É claro que nunca saberemos, por não ser relevante para a natureza do espetáculo. Afinal, seu fundamento se dá em cima desta premissa conflituosa. Outra questão irrelevante, mas que me assola: se é tão fácil ser enviado para o vazio, a população da terra não deveria estar diminuindo? Talvez seja por isso que o Japão enfrenta uma crise demográfica? 

Tá, não. O número de julgamentos que eles fazem não seria suficiente para afetar a ordem natural.

Agora, em relação a questões realmente pertinentes, o velho Oculo descobre os planos de Nona, que aparentemente não contava com a sua astucia – ou simplesmente não tem opções e tá no fogo pra se queimar mesmo. Ele fala sobre um arbitro com emoções humanas. Há um certo suspense pairando no ar em relação a Decim e Ginti, e a afirmação de Oculo tem uma entonação dúbia intencional, deixando subtender que talvez realmente exista um arbitro que não apenas tenha capturado um pouco da essência humana para que pudesse existir, mas que de fato ele é humano. A narrativa deliberadamente dá a entender que Decim já foi humano, com ele traçando o mesmo caminho pelo qual foi possível a existência de Kurokami naquele mundo – é intencionalmente dubio, pois isto também pode significar que, se passados do tempo naquele local os seres humanos se transformam em bonecos, logo por que não todos os juízes com origem humana? No entanto, isso se choca com o que Nona diz, sobre os juízes terem sido criados especialmente para aquela função, dando-lhes um pouco de emoções humanas – por outro lado, ela poderia estar mentindo. Então? Alcançamos uma espécie de cama de gato, onde apesar de tudo parecer definido, na verdade existem mais questões do que respostas.
Eu penso que na verdade, tanto Decim quanto Ginti, foram humanos, o que explica a atenção especial que Nona lhes dá. Isto tornaria a crescente humanidade de Decim algo completamente natural de ocorrer, uma vez que ele já fora humano, e apenas não guarda tais recordações. Enfim, a importância da história de Chavvot e Jimmy, e como elas se entrelaçam entre Kurokami e Decim, afetando o desfecho da série, certamente não termina aqui. Depois deste episódio, as possibilidades de que os dois tenham tido algum tipo de laço em vida se tornam ainda mais fortes. E afinal, ele será capaz de julgá-la? Tanto quanto sabemos, por seu envolvimento com ela e por ele estar adquirindo emoções humanas, seu julgamento se torna inevitavelmente afetado por sua condição.

Em tempo, acho muito bacana como a ficção, em especial a japonesa, aborda o misticismo em torno dos nomes das pessoas. Em síntese, eles são a identidade de uma pessoa. Aquilo que ela é, não só para si mesma, mas também para os outros ao seu redor. Representa o individuo. Desde que crianças, somos chamados por um nome e aprendemos a nos comunicar assim. Por isso, para muitos, ter o nome limpo é mais importante que qualquer coisa, é a sua honra pessoal que está em jogo. Catalogados em um imenso banco de dados, nossos nomes refletem o que importa em nós para a sociedade, o que vai definir se você terá as portas abertas ou não. Em um nível mais místico, sua própria consciência de si mesmo pode ser afetada pelo nome. Assim como Chihiro, de A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no Kamikakushi), Kurokami ao se lembrar do seu nome novamente se torna alguém que existiu, com lembranças e uma história. Consciente de si mesma. 
O equivoco no julgamento de Decim neste episódio, é que ele não pode julgar ninguém sem uma base de informações. A situação só não se tornou grave e saiu do seu controle, justamente pela natural especial da convidada, amabilidade e sua sinceridade em se abrir honestamente. Naturalmente Decim se mostra um tanto perdido sobre a forma que deveria agir, embora sua linha de pensamento atual seja a correta, os métodos ainda não são os mais adequados. De fato, criar condições extremas e fazer com que os convidados disputem por uma vaga não cria nenhuma condição favorável e o resultado acaba sendo inequivocamente fruto de manipulação. Não há porque não julgar alguém com base apenas nas suas ações em vida, ao invés do pós-vida. E principalmente, para julgar alguém, você precisa conhecer as ações que o levaram a um juízo. Isto significa se inteirar da sua identidade e história, ao invés de apenas fechar os olhos. Enfim, por mim jogariam uma bomba naquilo tudo. 

Avaliação:  ★★★☆☆
Staff do Episódio
Roteiro: Yuzuru Tachikawa
Storyboard: Shinsaku Sasaki
Diretor de Episódio: Motohiro Abe
Diretor Chefe de Animação: Shinichi Kurita
Diretores de Animação: Atsuko Yamazaki, Hiromi Okazaki, Sadatoshi Matsusaka, Shinichi Kurita

SOON... 

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