quarta-feira, 8 de abril de 2015

5 Luxos & 1 Lixo: Openings da Winter 2015

Que ruflem os tambores! Atrasada, mas ainda esperada, a coluna mais polêmica acaba de pousar na sua sopa.
Foram 16 aberturas selecionadas, e logo abaixo as 5 + que na opinião desta blogueira se destacam das demais. Preparem as pedras, os pedaço de pau e as bolinhas de papel, segurem na mão de Godoka e vem!

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05) Koufuku Graffiti
Música: Shiawase ni Tsuite Watashi ga Shitteiru Itsutsu no Hōhō(幸せについて私が知っている5つの方法;The 5 Ways I Know to Become Happy)
Interprete: Maaya Sakamoto



(áudio mixado para fugir dos censores do youtube)

Dirigida por Yasuomi Umetsu (que também é autor da divertida e fabulosa opening de Soredemo Machi wa Mawatteiru, também do estúdio SHAFT), essa abertura segue a mesma estrutura da de SoreMachi, e embora não tão deslumbrante, é igualmente divertida em seu passeio estilizado pelo universo de Alice no País das Maravilhas, onde os legumes; frutas e artefatos de cozinha substituem os itens originais, neste storyboard que é bem imaginativo. Ela emana completamente a essência da série; a questões dos valores, as novas descobertas providas pelo amadurecimento e a imaginação utilizada nos pratos, e como tudo é entrelaçado pelas desventuras em série vividas pelas personagens. O plus fica por conta da música tema da maravilhosa Maaya Sakamoto. Não é uma grande música, mas é um tema suave e que envolve o storyboard com delicadeza. Mas talvez seu maior mérito seja não ser enjoativo como muitos desses singles cantados por cantoras de vozes exageradamente açucaradas.

04) Aldnoah Zero 2
Música: &Z
Interprete: SawanoHiroyuki[nZk]:mizuki



(áudio mixado para fugir dos censores do youtube)

Essa segunda abertura obtém êxito onde a primeira falha, que é unir em uníssono o ritmo da melodia com as imagens de fundo. A primeira contava com o ótimo single heavenly blue, do Kalafina. Já a segunda surge com um single melhor ainda, que transforma a bela experiência visual em boa degustação sonora – é um dos meus singles preferidos da temporada. A abertura de Aldnoa 2 faz o estilo “AMV” com colagens de frames interligados por alguns frames desenhados especialmente para ela, mas todo o sequenciamento é tão bem escolhido e editado, num timig perfeito com a melodia, que o resultado final é muito bonito e envolvente – é daquela que nos leva a pensar que esse resultado homogêneo é algo quase mágico. Além disso, enquanto a primeira funcionava mais como um resumo dos acontecimentos, esta conta uma história entremeada por diversos fragmentos, da princesa adormecida e seus dois cavaleiros alados; ela também não é nem um pouco sutil em colocar Slaine e Inaho como opostos completos. Enfim, é a única coisa digna de elogios na série, ao lado de sua trilha sonora.

03) Shigatsu wa Kimi no Uso (Your Lie in April)
Música: Nanairo Symphony (七色シンフォニー;Seven-Colored Symphony)
Interprete: Coala Mode



Tempos aqui um exemplar de abertura com storyboard onde o grande apelo está no primor dos desenhos da background e no uso de cores. Já seriam lindas imagens para ilustrar qualquer fundo, mas é com a incorporação dos personagens em seu centro que elas ganham vida e personalidade – curiosamente, inseridos em seu fundo, os personagens soam mais como coadjuvantes. Cores poéticas e animação minimalista a tornam poeticamente apaixonante, ainda que não seja marcante a longo prazo – ao contrário dos versos que grudam na mente com esse “sinfony” que não sai mais da cabeça. Ainda assim, uma canção muito gostosa como acompanhamento da animação.

02) Yurikuma Arashi
Música; Ano Mori de Matteru (あの森で待ってる; I've Been Waiting in That Forest)
Interprete: Bonjour Suzuki



A beleza desta abertura desenhada por Cagetzu Aizawa, animada por Etsuko Sumimoto e dirigira por Tomohiro Furukawa, está nos pequenos detalhes dispersos no seu sequenciamento, dos giros de câmera aos tiros de luzes que capturam os pés fujões das heroínas. Algo que sempre gostei de assistir nela é como uma ação leva à outra e a forma como elas se conectam, como o mel sendo despejado e de repente a tela é imersa por uma torrente de mel e surge uma personagem se lambuzando com ele. O caráter da montagem das cenas é excepcionalmente artificial, com todo o cenário dentro de um imenso espaço negativo, com as personagens circundando entre todos os elementos que compõe aquele universo.  O resultado é simples, mas o processo é primoroso, entregando a essência de contos de fadas que a história de Ikuhara exige. Alguém desprevenido ver as personagens se transformando ao léu, certamente irá achar que se trata de um mahou shoujo. Não é, embora haja os elementos de garota mágica, temática ao qual Ikuhara persegue em todas as suas obras – mais uma prova de como um diretor autoral impõe suas ideias mesmo quando ele não leva o credito.

Quanto a single... ela alude a atmosfera luxuriosa e erótica que permeou Yuri Lesbas. É uma interpretação auditivamente deveras excitante. É um caso a parte a se comentar, mas gosto de ressaltar o quanto doce/ingênuo e sexual esta música consegue ser. Algo que as imagens ao fundo capturam com maestria. De qualquer forma, nunca vou me cansar de ver o giro da câmera em torno das personagens nuas com flores esvoaçantes. É similar a belíssima e sensível abertura de Aoi Hana, que não por acaso teve a direção e storyboard feitos pelo Ikuhara.

01) Death Parade
Música: Flyers
Interprete: BRANDIO



De vez em quando surgem umas aberturas que se tornam sensações e explodem em popularidades. A de Death Parade é a abertura mais comentada desde um bom tempo. É divertida, com ritmo imagético e musical contagiantes, e além de tudo, ela foi um virada surpreendente para quem esperava que a abertura para um anime como este seria tudo, menos dançante e alto astral. Nada a ver com morte, não é mesmo? É o que a torna tão estupidamente genial, pois como iriamos descobrir, a série pinta a vida humana com tons vibrantes de positivismo. Particularmente gosto de ver pelo prisma dos personagens da parada da morte, afinal, muito mais do que sobre convidados, a história em torno daqueles personagens que vivem ali e suas vidas e cotidiano, tornando sim, o tom adotado na abertura, o mais adequado. Ver aquela abertura é de certa forma como vê-los todos juntos interagindo em um momento em que não estão julgando – talvez fosse uma abertura ainda mais significativa se houvessem mais episódios para explorar melhor todos os personagens.

Mas, é de fato uma abertura icônica que possivelmente se tornará “cult”. O seu grande diferencial é ser “fácil” e espontânea. Quer algo que se comunique melhor com os instintos de cada um do que a música e a dança? Com esta insight, o storyboard primoroso de Yuzuru Tachikawa ganha vida com uma animação e edição estonteante, contando ainda uma interpretação visceral de BRANDIO, em um pop acessível a todos e de altíssimo nível, que não é apenas bom como tema de abertura, mas é em si uma música sensacional que sem dúvidas é em parte responsável pelo calor emitido pela abertura e a sua receptividade igualmente calorosa.

#LIXO

Binan Koukou Chikyuu Bouei-bu Love! 
Música: Zettai Muteki Fallin' LOVE (絶対無敵☆Fallin' LOVE☆; Absolute Invincible Fallin' LOVE)
Interprete: Chikyū Bōeibu (Yusuke Shirai, Yuichiro Umehara, Toshiki Masuda, Kōtarō Nishiyama, Kazutomi Yamamoto)



Todas as temporadas elas estão ai. E são relativamente fáceis de escolher. Opções não faltam. O que faltam são as palavras para descrever o nível da mediocridade. Essa aqui está em um nível em que é difícil dizer se é uma abertura ou encerramento, se procurar verificar antes. A música tema cantada pelos seyuus dos personagens é ainda mais indigesta. O que talvez transforme essa abertura numa espécie de crítica ao publico consumidor.

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Temas Relacionados:
-Entrevista com Kunihiko Ikuhara sobre Yuri Kuma Arashi
-Pocket #23: No Próximo Episódio...

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