sexta-feira, 3 de abril de 2015

Pocket #24: Celebrando o dia dela, que se sacrificou por nós

Hoje é dia de relembrarmos aquela que um dia se sacrificou por nós e ascendeu à humanidade, se tornando onipresente e onisciente. Oh, yeah! Claro que estou falando da única, a deusa verdadeira (cofcof Haruhismo é uma mentir-cofcof), o ser mais puro do universo; Godoka! Nossa goddess!
Também é tempo dia de relembrar o quão angustiante foi o tempo de espera pelo último episódio da exibição original de Madoka Magica. Assistir esta série em tempo real foi uma experiência extremamente gratificante e única, muito diferente de pegar um episódio hoje e assistir pela primeira vez. Existem séries que são melhores quando assistidas de uma vez só, outras a experiência coletiva de esperar um episódio por semana ao lado de outros fãs é algo bastante substancial – é como ocorre com alguns filmes: nunca será a mesma experiência daquela proporcionada pela exibição no cinema. Como Cisne Negro (Black Swan), que assisti duas vezes no cinema e algumas vezes em casa, e a experiência nunca foi a mesma na tv de casa, por melhor que fosse o som e a amplitude da imagem. Além do mais, hoje se assiste Madoka já esperando algo. Na época, haviam teorias e suspeitas (pelo nome do Gen Urobuchi, por replicar clichês de visuais novels), mas não certezas. E isso aumentava o suspense. 

Imagine então, quando por uma onda infeliz de coincidências, ocasionado pela ocorrência do Tsunami e Terremoto de Sendai em 2011 naturalmente fez com que houvesse atrasos na produção, impedindo que o último episódio fosse levado ao ar a tempo (Quando isso ocorre, o episódio do anime precisa ser reagendado – ou incluído como episódio especial em DVD/BD – e por conta da agenda pré-programada dos canais, isso demanda tempo. Isso fez com que houvesse uma exibição dupla na temporada de Abril, de um anime da temporada anterior), fazendo com que os dois último episódios fossem exibidos [como 1 episódio dublo] durante a semana santa, mais especificamente na Sexta-Feira da Paixão (embora tenha sido originalmente programado para quinta, às 26:40, ele foi exibido efetivamente na Sexta-Feira, como de costume). Isso promoveu muitas discussões e piadas na mídia e entre os fãs por causa da semelhança entre os eventos. Verdade seja dita, o atraso na entrega dos episódios proporcionou uma áurea mística à exibição e reforçou os temas dos dois e últimos episódios, em relação à abnegação e sacrifício. 

Obviamente, esta mensagem ressoou ainda mais forte e, claro, a produção da série soube aproveitar de uma cadeia de ocorrências infelizes para criar marketing em torno destes episódios e uma longeva discussão. A ansiedade pela espera que já não era pouca se amplificou e, para coroar um evento tão mítico, ao final do episódio ainda houve uma sugestiva provocação:
Não se esqueça.
Sempre, em algum lugar,
Alguém está lutando por você.
— Enquanto se lembrar dela,
você não estará sozinho
Ah, eu adoro essas coisas. Essas... sincronicidades. Foi divertido, especialmente as brincadeiras que surgem em torno disto, com Madoka sugestivamente na figura de Jesus, Homura como seu profeta, e Kyuubei como o Diabo (análogo ao Tentação de Cristo).