A hora da partida. Não é fácil gente.
Assistir Shirou e Rin neste episódio é como fazer uma viagem no tempo para aquela época em que era tão fácil se apaixonar, e era um sentimento tão febril, mas também de extrema timidez que tornava tudo tão constrangedor – oh, o que eu estou dizendo? Este é um blog otaku com leitores otakus. É claro que um otaku não sabe o que é isso! Cof, cof de volta a realidade.
Mas falando sério, a interação/romance entre Shirou e Rin se dá de uma forma que é bastante familiar a qualquer um pela dificuldade que eles tem em lidar com aquele estranho sentimento desabrochando em meio ao peito. No entanto, há todo aquele calor e tensão sexual que age como uma força magnética entre eles. A forma de Rin mostrar seus sentimentos é através ofensas e contatos físicos. É um romance muito ingênuo e sincero, que é muito comum na adolescência, não é não? O modo sutil como Shirou se declara e a reação nervosa de Rin ao perceber a conexão que acabava de acontecer entre eles através de um singelo elo de romance fariam deles os personagens ideais de uma meiga comédia-romântica, pois é difícil não se entregar a um momento tão fofo e deixar o sorriso aberto.
É uma cena bem bonita, especialmente pela naturalidade com que ocorre: ambos estavam extremamente fragilizados emocionalmente, sem aquela barreira que geralmente eles erguiam, e, portanto só tinham um ao outro para se apoiar – neste sentido, a sequência na VN é até bem mais bonita e significativa, com os dois virados, com as costas se tocando, como se estivessem se apoiando. Inclusive, embora o momento no anime seja meigo e bonitinho, com boa atmosfera; além de todas as reações e expressões magnificas da Rin, a direção artística é bastante pobre. O background do cenário ao fundo é lindo, como é de praxe, mas falta mais criatividade de camerawork para explorar melhor o layout da cena, aquele ambiente que os envolve. O storyboard se contenta com planos abertos em zoon in e zoon out nas expressões dos personagens, o que é um desperdício para um momento tão promissor.
Foi um episódio com um ritmo bem acelerado e com timing abrupto. Por um lado, as coisas acontecem mais rápido. Mas por outro, se perde a simetria entre um acontecimento e outro, e consequentemente a construção para momentos atmosféricos. Por exemplo, a traição de Archer tem a naturalidade com que ocorre comprometida por soar que foi jogada aleatoriamente. Mas bem, um episodio de vinte minutos exige uma estrutura mais dinâmica, de modo que é compreensível (em seu perfil no twitter, Ufotable confirmou uma versão sem cortes no BD).
No entanto, deve se elogiar o esforço da equipe de produção em preencher os vazios, como na cena em que Rin desperta após um sonho revelador acerca do que é UBW verdadeiramente, sob um robe vermelho e ao seu lado esta a figura protetora de Archer. É sugerido nesta simples cena e através do diálogo entre eles que ambos estiveram procurando pelo esconderijo de Caster a madrugada inteira, portanto a igreja seria o último local a ser investigado. Também é agradável a série começar com uma narração em off de Shirou, criando um link instantâneo com o sonho de Rin acerca do passado, origem e significado da figura heroica de Archer e o porquê dele ser tão amargo e melancólico. Fica claro neste emparelhamento o quanto Shirou e Archer foram formados pelo mesmo ideal, e, no entanto, um não resistiu ao peso da verdade sob seus ombros, enquanto o outro permanece crente em sua fantasia infantil, mesmo que ele próprio tenha consciência do quão ilusório é o que almeja. Podemos dizer que Archer é como Kiritsugu, que também, um dia, teve e buscou por este ideal, mas acabou se perdendo e deixando se corromper frente a inexorável imposição dos pecados do mundo.
Talvez possamos dizer que é o fato de se manter fiel aos seus principais que mantém Shirou integro em seu caminho e sem se desfragmentar, como Kiritsugu ou Archer. Olhando assim, é natural que ambos sintam necessidade de se impor frente ao outro, pois trata-se de reafirmar a convicção de cada um. Enfim, não vou me estender, este segundo cour será delicioso neste aspecto, por si só.
A fábula de um homem que, mais do que ninguém, acreditou em seus ideais, e foi direcionado por eles ao desespero. O sonho desse homem era puro. Seu desejo era o de que todos nesse mundo fossem felizes; era tudo o que ele queria. Esse é o ideal infantil a que todos os jovens garotos se apegam pelo menos uma vez na vida, e que abandonam assim que se acostumam com a impiedosa realidade. – Fate/Zero, prologo.
Apesar de tudo que ressaltei anteriormente sobre o ritmo um tanto rápido, a traição de Archer sempre me soou tão asquerosa, que assistindo novamente, senti como se fosse a primeira vez. Me senti tão enojada quanto. E pela primeira vez, um desejo enorme de ver o Shirou dando uma sova nele. E pela primeira vez, vibrei com a intromissão do Shirou, que surge em um momento que Rin estava mais debilitada e necessitando de auxilio. Este meu ódio por Archer, que sempre amei, durou um tempo, mas... Mais à frente na história discutimos isso melhor.
Por falar em asqueroso, aquela cena de Saber sendo abusada pela Caster continua sendo meu calcanhar de Aquiles. É inegável que é extremamente erótica e sugestiva em termos de fetiche e que, bem, desperta as fantasias. Mas... no contexto da história, é tão fora de lugar, é tão vulgar, e desrespeitoso para com a história da Saber a forma como é tratada ali. É por ações assim, que se torna difícil levar o contexto em torno da personagem a sério, pois tudo que a envolve é tão canceroso. A narrativa é inconsistente neste sentido, porque, por mais que o autor se esforce para que sua personagem soe crível e digna daquela honraria pela qual é retrata, ele mesmo trai estes princípios ao incluir elementos para que a obra tenha uma boa resposta comercial. É complicado. Obviamente que existem as justificativas, afinal é da natureza de Caster fazer isso. Ela que sente um desejo pela subjugação ao mesmo tempo em que ela própria tem um perfil de personagem subjugada. Diz-se que ao colocar a Saber num vestido de noiva e, sugestivamente, abusar/violentar dela, é além de um desejo da própria Caster, também uma forma de deixar seu espirito mais fraco e passível de controle. Mas quando vemos frames como este acima, fica obvio do que realmente se trata.
Avaliação: ★★★☆☆
Staff do episódio;
Roteiro: Kazuharu Sato
Diretor do episódio: Takuro Takahashi
Storyboard: Takahiro Miura
Animação: Takayuki Mogi, Miyuki Ishizuka, Hisayuki Tabata
Direção: Takahiro Miura
-Próxima semana!!!!!!!!! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
- ;________; aaaaaahhhhh não é bonitinho? Eles são adoráveis JFHLSKDGBKVJHKCFSDJFXKJGHDF. Será o suficiente pra fazer as pessoas esquecerem ShirouXSaber? Acho que não! Vamos lá Tohsaka, ainda falta!
- Hmmm... então quer dizer que o Archan também tem desejos humanos, hein? Esse plano fechado foi tão descarado, pqp! M-mas... hey... Que triângulo amoroso, minha gente!!! Em minha humilde opinião, Rin estaria mais bem servida com o Archer. Por favor!!!!
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