Fate/Stay Night: Unlimited Blade Works

*sofrendo hemorragias internas de tanto moe*

O fim já aconteceu, mas nada como dar uma espiadela no que reserva ao futuro de nossos personagens. Epílogos as vezes podem soar anticlimáticos, outras vezes como uma peça importantíssima para transpassar um sentimento de recompensa no expectador depois de uma longa jornada. Algo como dar um sentido de completude. Acredito que este episódio se encaixa nessa última descrição, embora boa parte do mesmo seja mais como um grande fanservice para paparicar os fãs do original, o que também não é ruim, ainda que haja uma leve sensação de deslocamento.

Gostei muito de ver a participação especial de outros personagens; assim como ver pela última vez os personagens que acompanhamos no início do anime voltando a suas rotinas diárias comuns; e vê-los assim, faz destacar o desaparecimento completo dos mesmos pela segunda metade da história, enquanto eles surgem e interagem entre si como se sempre estivessem ali. Acontece que é uma questão do inconsciente, que faz parecer que esta batalha durou mais tempo do que foi realmente; enquanto na verdade tudo ocorre num espaço de míseros 15 dias. Shirou e Rin visivelmente mais velhos e maduros, e demonstrando publicamente existir entre eles um obvio relacionamento é algo bem legal de se ver, estabelecendo uma espécie de divisor de águas. Nada mais natural, afinal, com o fim do período escolar e a partida para um novo país, marca a entrada definitiva deles no mundo adulto.

No entanto, como a maior parte do episódio se passa com a interação entre ambos, fica nítido o quanto a construção do romance entre eles foi fraca no decorrer da série e, conseqüentemente, todos os eventos onde o casal está a sós não desperta fulgor algum, ainda que haja momentos bem bonitinhos entre eles, como quando ela se esparrama em seu colo fazendo dengo. Eles têm algo que combina tão bem. E a despeito do romance entre eles não ser algo bem trabalhado na obra, há essa empatia natural e companheirismo que exala na parceria que mantém. Em Fate, o romance também não é tão bom, mas é um romance clássico; colérico – do tipo que desperta algo nas pessoas. Há muitos amassos e beijos apaixonados, também. É tão claro como o dia o quanto Shirou enxerga na Saber não uma guerreira ou parceira ideal, mas uma mulher, e o quanto esta mulher desperta seus desejos luxuriosos. Com a Rin é diferente. Acho que já comentei isso, anteriormente. A Rin é independente e seu lado agressivo e dominador assusta Shirou; que é caracterizado em todas as rotas de FSN como um típico homem japonês tradicional. O sentimento desperto em Shirou é de decepção quando este percebe que a Rin que ele idealizou não existia. E no entanto, se estabelece essa parceria tão genuína entre eles, que é tão bem caracterizado sempre através de diálogos repletos de cumplicidade e selado por forte aperto de mãos. Não há beijos apaixonados, porém.

Quando eu li a visual novel, eu não pude deixar de esboçar um largo sorriso no rosto ao chegar no true ending de UBW, e perceber o quanto a Rin tinha esse fogo ardente capaz de arrastar Shirou atrás de si para construir um futuro num lugar tão diferente, algo que Sakura ou Saber jamais o faria, afinal, elas são homogêneas à Shirou no que tange à tradicionalismo e uma vida simples e doméstica sem ambição. No entanto, Rin arranca essa planta de raiz profunda que é Shirou e o leva consigo para o mundo, aspirando algo muito maior do que uma vida simples de cama e mesa. Acompanhando-a entendemos o quanto ele a ama, mas principalmente, o quanto ele a admira e a respeita, entrengando-se. A primeira coisa que se estabelece entre os dois não é a tensão sexual, que já era latente; mas instável e insuficiente por si só. É o companheirismo e respeito mútuo, através da parceria que estabelecem. Eu acredito que é ai que Shirou realmente começa a ver Rin com olhos apaixonados. Infelizmente, não é algo que é bem desenvolvido, já que UBW acaba por se focar em outras questões na segunda metade e na primeira só há tormenta.

Esse epilogo também expande o cenário do final da rota original, que não chega tão longe, deixando apenas vago o futuro de Rin e Shirou – aqui os desdobramentos se tornam mais claros para o publico médio. Yeah, considera-se que o publico de TV não é intelectualmente tão afável a questões implícitas (na verdade, dizem que o mundo atual já não absorve tão bem finais abertos ou vagos, como já fora um dia), tornando muitas coisas mais fáceis de entender e se relacionar. A adaga de Archer moldada por Shirou deixa subtendido a promessa feita por Rin (e também de que ele inconscientemente ainda se mantém resistente ao seu propósito), de fazer o que estivesse o seu alcance para que ele não se tornasse tão amargurado no futuro. Ele bem que tenta ignorar este futuro, na possibilidade de se tornar um mago, mas entende que não pode simplesmente ignorar seus anseios interiores, mas sim enfrentar o que for preciso para realizar seus sonhos. Rin suspira, mas certamente já estava ciente que ele tomaria este rumo, e continua firme em seu propósito de fazer com que seu futuro não seja tão desesperançoso – é legal ver que mesmo assim, ela não abdica de seus objetivos pessoais. Na cena pós-credito, vemos na metáfora de Shirou seguindo mais à frente que Archer, a mensagem final de UBW e a resposta para o desafio que Rin tomou para si, de auxiliar para que Shirou chegasse mais longe do que seu duplo conseguiu. No fim, UBW se mostra como uma analogia tão cara à cultura nipônica, em relação aos sonhos; e o amadurecimento necessário para compreender eu eles não se realizam sozinhos e do quão complicado é alcançá-los – e que alcançá-los não significa felicidade. A realização as vezes também pode trazer um vazio. A questão é... como fica Rin e Shirou, como par romântico, neste futuro?

Avaliação: ★★★★★
Nota Final: 07/10
Staff do episódio:
Roteiro: ufotable
Diretor do episodio: Takahiro Miura, Masashi Takeuchi
Storyboard: Takahiro Miura
Direção de Animação: Takuya Aoki, Tomonori Sudou, Hisayuki Tabata
Direção: Takahiro Miura

-A aparição mais inesperada foi certamente da Luviagelita Edelfelt!! Neste caso a sensação de deslocamento provocada no espectador que não conhece o contexto e sente-se como se tivesse perdido algo é perfeitamente natural, e segundo comentários de Nasu em seu blog, aparentemente na versão BD o episódio terá uma versão estendida, não comportada na exibição para TV, mostrando mais da Luvia. Rin a conhece quando viaja para a Torre do Relogio para iniciar seus estudos, e ambas se trombam ao tentar reservar um quarto para se hospedarem. O motivo do ódio/rivalidade entre ambas surge a partir de.... "leia Hollow Ataraxia". Ou assista Prisma Illya. Mas as interatividade entre as duas foi uma das coisas mais legais do episódio!

-A participação de Waver era esperada, mas incerta, depois de não incluírem a mestra do Lancer; algo que eu queria muito ver, também. No caso do Waver, sua presença é melhor fundamentada e com mais peso dramático, sustentado pelo distante garoto franzino boboca e medroso de Zero, que de nada lembra o atual. Shirou e Waver são dois sobreviventes do mesmo ritual cujo evento alterou definitivamente suas vidas e a forma de verem o mundo. Ainda que tenha sido breve, foi bem legal o curto diálogo entre eles. Waver é uma das pessoas que podem entender mais clareza o ideal de Shirou e o motivo de ele se agarrar a isto. Como já fora discutido, Shirou não encontraria nenhum sentido de realização em nenhuma outra forma de vida, e após o encontro com Rider, Waver pode compreender isto, pois ambos compartilham algo similar, ainda que distinto. Aliás, a participação de Waver pode ter se estendido a Rin... Wave é aquele que se converte no melhor mago da Torre do Relógio (Howarts) e, com apoio de Rin, destrói o Graal, inviabilizando uma Sexta Guerra e botando um fim ao torneio "inter-familiar". Waver é ou não é FODÃO? E além disso, ficou um gatão! Eu pegava fácil.

-O que vemos na cena pós-créditos é uma adaptação mais visual dum metafórico monólogo final de Archer em UBW. Abaixo, um resumo-script de Nasu para a cena que vemos no anime:

*Cena do deserto*

Após os créditos finais. Uma cena do deserto, a mesma da abertura.

Shirou anda sozinho. Sua força vacila e ele para de andar.

Shirou olha para baixo para proteger os olhos da tempestade de areia, e vê traços de que alguém esteve lá (o lugar onde havia Archer parado).

Shirou respira para fora e olha para cima. Há uma falsa resistência em sua expressão, mas é cheia de esperança.

Shirou se afasta em uma marcha constante.

A câmera permanece sobre os vestígios da presença de Archer, e observamos Shirou surgir em um take final.

Segundo Nasu, a mudança é pelo fato de eles quererem um final definitivo para UBW, que não soasse como um prólogo para Heaven's Feel.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAA REI ARTHUR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! estou em prantos OKSAPDOKSDPASODKAPSODKASOKD

-Staff do anime deixa bem claro que sim, há intimidades...err..vocês sabem, entre Shirou e Rin!!!!!

-GUYYYYYSSSSSSSSSSS isso foi tão fooooooooooooooooooooooooooooooofooooooooooooooooooooooooooooooooo!!! AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH ;_________________________________________;
OLHEM A CARA DO SHERO! OSKDPAOKDAPODKAPSODKAPSOKD *MORRO*

-Antes de assistir o episódio, eu vi essa screenshot na minha timeline do twitter e pensei "nossa, será que a Rin está grávida?". Seria louco!

-Rin foi ou não foi a melhor coisa do episódio? Não, do anime inteiro! QUE LINDA! E ficou bem mais deslumbrante quando ficou um pouco mais velha. Agora, imaginem quando ela chegar aos 25 anos....WOOOOOOOOOOOOW a única certeza é a de que Shirou não merece tudo isso.

-ARGH QUE INDIGESTO! Quem foi que permitiu isso existir? Bom, é bem tipico da Sakura mesmo, venhamos e convenhamos. Sakura para mocinha de novela mexicana!