quarta-feira, 22 de julho de 2015

Não se Julga um livro pela capa...

...Mas se vende um pela capa
Ontem, me deparei com um gif da querida lady Oscar François de Jarjayes, enviada pelo @andschilithz. E acabei entrando num rápido e envolvente turbilhão nostálgico. Versailles no Bara (A Rosa de Versalhes para os íntimos) não é um anime para se ver todos os dias. É um anime que você assiste em uma época, e só vai pensar em rever em outra época. Não porque não lhe seja merecida a devida reassistida diversas vezes, mas por ser uma produção com 40 episódios e, pelo fato de muitos destes episódios não serem de fácil absorção, se tornando emocionalmente desgastantes no processo. Tem toda aquela energia esmagadora que te aprisiona em feels. Portanto, é algo a ser colocado num espaço seleto da estante, ao lado de preciosidades da animação, como Anne Green Gables e Ace wo Nerae.
Mas bem, o que tem haver o título e o fato de uma imagem ter me remetido à nostalgia? Simples. É que antes mesmo de vir a conhecer o mangá ou saber da existência de algo como Versailles no Bara, eu gostava (e ainda gosto) muito do character design do saudoso Shingo Araki, que imortalizou essa arte de personagens com rostos tomados por cabelos volumosos e com bastante personalidade nos contornos e expressões, em animes como Saint Seiya (Cavaleiros dos Zodíacos), Cutey Honey, Ring ni Kakero. Era um tipo de character design muito comum para a época, inclusive os personagens do autor Masami Kurumada tem exatamente esse tipo de construção visual, de modo que Shingo com seu toque de classe e vida conseguiu se consagrar o grande nome neste meio. 

E claro, quando eu estava descobrindo os animes e vivendo uma safra prolífica de maratonas, eu me deslumbrava facilmente com qualquer coisa de diferente que encontrava – quem não? Obviamente já conhecia Saint Seiya, desde antes disto. O que me levou a ter um sobressalto ao visitar um site de downloads BRBR, e me deparar com os Cavaleiros de Atena, mas eles estavam diferentes... será algo do anime que eu ainda não conhecia??? Pensei com meus botões, até ler o post e ver a pessoa explicando que apesar das enormes semelhanças, aquele era outro anime, um clássico e etc. Passado o fascínio do primeiro contato, que foi o visual, me encantei com a descrição. Um anime histórico e sério, retratando um dos períodos mais emblemáticos e fascinantes da história, que é a Revolução Francesa? Não pensei duas vezes.

O que fica é a certeza de que, talvez, se não fosse a imagem destacada com personagens que pareciam os personagens de Saint Seiya, eu não teria conhecido Lady Oscar naquele momento e tido uma das experiências com animes mais gratificantes que já tive o prazer. Então sim, imagens não são reflexos de qualidade do conteúdo, mas são iscas... e vendem seu peixe. Uma última curiosidade: o fato de o character design soar tão similar a Saint Seiya se deve mais do que tudo, à mão pesada de Shingo, que tornou seus trabalhos tão característicos, mesmo num ambiente como os das décadas de 70 e 80. Mas teve muita gente que não gostou tanto disto...