Olhando assim até parece muito legal, não é? Spoilers, SPOILERS adoidados! Série de artigos de minhas impressões sobre cada rota de Rewrite.
Seiyuu: Keiko Suzuki
Shizuru é a rota mais “Key” de Rewrite, como o próprio autor Yuto Tonokawa faz questão de ressaltar como sendo a sua intenção, tendo em vista como as outras se diferem da linha Key. Também é a rota mais chata e entediante, chegar ao seu final representou um verdadeiro parto para mim, pois o derradeiro momento não chegava nunca e quando se pensava que tava acabando, sempre surgia mais alguma coisa. E quando começa a ficar bom e interessante... termina. Não que ela seja ruim por ser a que mais se aproxima do estilo Key, mas pela incapacidade de Tonokawa em criar bons diálogos e situações envolvendo os personagens. A rota de Shizuru é estruturada com dois longos flashbacks e algumas linhas que introduzem sua relação e o desfecho que se sucede. Fora o final da história e o fato de a personagem ser aficionada por sauros – especificamente por ser uma boa memoria para ela ao lado dos pais. Absolutamente nada que preenche o percurso da história é memorável ou digno de nota.
Eu não desgosto da personagem, Shizuru é encantadora e adorável com seus trejeitos e inocência, sua interação com Kotarou tem os seus bons momentos, especialmente quando ele utiliza malicia para obter vantagem através da ingenuidade dela, mas se por um lado isto funciona muitíssimo bem na rota comum, aqui isto acaba caindo no lugar comum e o relacionamento deles é conduzido sem muita inspiração e repleto de vazios. Parte disso é porque a Shizuru, na rota comum, assim como Chihaya e Lucia, se resume basicamente a tropos e gags; não se permitindo ir além disso – se Shizuru cria empatia, é porque ao contrário destas, suas atitudes aludem a algo mais doce, ingênuo e meigo que evidenciam a fragilidade da personagem e despertam o senso comum de proteção; ela é como um mascote. Tonokawa mantém a personagem no status quo, sem qualquer evolução, e consequentemente Kotarou se mantém igualmente estagnado com solilóquios formulaicos; e claro, o relacionamento também se mantém plano como uma tábua, diferente do que normalmente se vê entre uma heroína e o protagonista nos romances chorosos da Key, onde o laço é algo construído de modo a ser resistente o suficiente para causar empatia nos momentos dramáticos. O único momento que Shizuru realmente demostrou um grau maior de profundidade já é literalmente no fim; se o autor tivesse explorado mais este tipo de comunicação de Shizuru para com Kotarou, penso que teria sido uma rota muito melhor.
Falando do fim, eu fiz a rota de Shizuru logo depois do fim de Kotori, embora o senso comum diga para fazer a de Chihaya antes. Mas não me arrependi, o surpreendente choque que eu tive ao final foi algo que teria me escapado caso tivesse lido Chihaya primeiramente. Há também de se destacar o quão bacana é ver Kotarou lidar com as consequências de suas atitudes impensadas e de como isto é em caráter definitivo, afetando não só a ele, mas também aqueles que o rodeiam. Em Shizuru há muitas ideias bacanas, como Shizuru e Kotarou compartilhando a mesma existência, o diário que ela faz durante o período em que está confinada, a transformação dele em árvore, mas falta uma escrita mais forte. Ademais, a sequência final de Shizuru repousando sob a arvore ficou semelhante ao good ending* de Fate/Stay Night, com a Saber. Até mesmo os seus longos cabelos soltos e os olhos fechados soam reminiscentes. E bem, é um final bonitinho e emotivo. Fico imaginando se tivesse sido uma rota melhor...
Avaliação: ★★★★★
Autor: 一木 |
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visual novel resenha, review, análise, crítica, estudo Rewrite: Shizuru Route (Yuto Tonokawa)