terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Comentários: Subete ga Foda-se ni Naru #11 – FINAL

Ela disse foda-se e se fodeu toda. 
Esse episódio é o que acontece quando a história acaba e você não tem mais nada a dizer.

Ai fica andando em círculos. É como se pensassem que Saikawa e Moe juntos fossem mais que mordiscar um Clube Social entre uma bobagem e outra... 

Oh, eu sinto desapontar, mas não é. Sim, eles são divertidos e há algo de química genuíno jorrando através deles, no entanto, não existe um texto e estrutura capazes de suportar sua interação por 10 minutos seguidos sem que se pense que estamos perdendo nosso tempo. Que poderiam estar sendo gastos com materiais pornográficos e masturbação extensiva até o órgão sexual não poder mais ser sentido. Talvez material pornô até de Saikawa&Moe, mesmos. Garanto que teria mais profundidade. 

No fim das contas é isso, não existe substância real quando você olha para trás e em todos os episódios eles estão os mesmos, mesmo após pequenas variações, retornamos ao status quo. O melhor que definiu essa situação/relacionamento de espiral foi o próprio Saikawa, ao explicar para Magata sobre o que consistia a relação entre eles. É como se os próprios integrantes da staff da série estivessem cientes (e é bem provável, afinal, esse é só mais um trampo e muitos deles tem plena consciência de que se envolvem em muitos trabalhos merda) da ruindade disso tudo e quisessem se divertir um pouco com metalinguagem. 
Seria perdoável se a série não tivesse toda essa caracterização adulta e (MUITAS aspas) “cerebral”, onde até mesmo a tonalidade de cabelo dos personagens obedecem a genética natural japonesa (oras, a Moe pinta o cabelo de amarelo. Na série, todos os nativos possuem cabelos negros/acizentado/castanho). Era de se esperar que a estrutura se mantivesse coesa nesse sentido, mas talvez seja esperar demais de um anime ambientado em um universo modernista, que como mistério faz questão de esquecer a tecnologia quando essa pode revelar precocemente a chave do enredo, e enquanto existencialista, não diz nada em alemão, e torce para que as pessoas achem cool o suficiente ainda que tão profundo quanto um pratinho de pires.

***

Isso foi os demais minutos posteriores. Interativos. Onde temos a convicção e certeza de que Moe e Saikawa mereciam muito mais. 
Agora, nos primeiros, como se já não fosse suficiente todo o episódio anterior em uma espécie de palestra teórica anticlimática e sonífera, eles ainda querem ter certeza de que ninguém saíra com dúvida alguma e fazem mais alguns releases (e rola mais alguns desses entre Moe e Saikawa, se você estava achando pouco, afinal, não há mais nada o que dizer então bora pros flashbacks ‘elucidativos’)

Mas, e então, qual é o ponto a ser alcançado nisto tudo? 
Sim, porque eu estou igual ao Saikawa. Tudo o que consigo enxergar na frente é uma sociopata delirante que diz umas coisas viajadas e frases de efeitos bonitinhas, estilo Barbie; lindinhas mas vazias. Quem fez isso deveria ter dado olhadinha em Se7en, The Silence of the Lambs; porra até o prateado Makishima Shoujo é um bom exemplo – tudo isso pra ficar no basicão – e todos são exemplares numa construção de linha de pensamento hábil de personagens antagônicos com raciocínios fora do comum, utilizando uma estrutura com construções, razões e clímax bem estabelecidos e resolvidos. Pode ser a maior bobagem do mundo, como essa trama imbecil da Magata, mas desde que seja convincente, ao final se estará aplaudindo de pé. 

É. Isso se revelou ruim. Doloroso. Mas estou contente que esteja acabado. Parecia Tang, mas era só Ki-suco.
Em uma nota discreta de rodapé: me revolta ver esse episódio com uma cinegrafia bacana (essa cena, acima, é sensacional e tão simples), os cenários mudando com os personagens interagindo com recursos teatrais, aquele tom poético. Me senti admirando uma fossa de bosta. O cheiro não me deixou imergir.

Créditos do título para o o lindo e leal @Fenris_Lupus do parceiro Otomegatari, também um sobrevivente! Poderia te dedicar esse texto, mas você merece mais!

Avaliação: ★★★★
Staff do episódio:
Roteiro: Toshiya Ono
Direção do episódio: Mamoru Kanbe, Takeshi Yajima
Storyboard: Jun Matsumoto
Direção de animação: Takuya Kawai
Diretor: Mamoru Kanbe

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Subete ga F ni Naru (Everything Becomes F): The Perfect Insider, review, resenha, análise, crítica, estudo