domingo, 3 de julho de 2016

Lynn Okamoto Não Quer Saber de Celulares em seus Mangás

O avanço dos dispositivos moveis ano após ano colocaram autores numa saia justa, afinal, conflitos e situações corriqueiras de desencontros podem ser resolvidas facilmente num clique.
Nestes casos, se faz necessário sagacidade e artimanhas para fazer com que recursos aceitos numa outra época continuem colando na atual.

Lynn Okamoto, grão-mestre criador do nosso glorioso Elfen Lied (e seu autoplágio Gokukoku no Brynhildr) é mais radical. 

Em tweets recentes em seu perfil no Twitter, o autor revelou que tem tentando evitar ao máximo desenhar telefones celulares em seus mangás. E se você, sadicamente, pensou que era porque ele não sabia desenhá-los, se enganou! 

Ele explicou que sua aversão em desenhar tais dispositivos eletrônicos se deu com sua experiência de leitura com Miyuki, uma série de mangá do celebre Mitsuru Adachi, serializada de 1980 a 1984. 
“Voltando ao tempo em que eu comecei a desenhar Elfen Lied, eu estava lendo Miyuki de Mitsuru Adachi. Mesmo que agora [o mangá] esteja com mais de 30 anos, ele ainda se mantém totalmente, mas quando vi um personagem usando uma nota de 500 yenes, é que realmente me dei conta de que se trata de um mangá de uma geração anterior, e isso me distraiu da leitura. Por causa disso, eu decidi que enquanto eu fizer manga, vou desenhá-los de modo que mesmo se alguém o leia uma década depois, eles não serão capazes de dizer quando foi publicado originalmente”
“É por isso que você quase nunca vê telefones celulares nos meus mangás. Eu não posso imaginar como eles serão a cada 10 anos. Eu não desenho eletrônicos caseiros, ou qualquer coisa nesse sentido, e se você ver carros, perceberá que eles são sempre clássicos. Eu faço coisas desse tipo para torná-lo tão sólido quanto possível a ponto que seja difícil dizer quando o manga foi feito”

Enfim, a ideia dele é similar à lógica empregada por materiais de ficção japonesa, em especial as visual novel e animes, onde um personagem contrai uma doença sempre rara e desconhecida, jamais nominada.