E então? Ah quanto tempo eu não comento uma oneshote aqui no
ELBR, não é mesmo? Isso porque eu tinha prometido manter uma frequência maior.
Mas bem, hoje eu trouxe uma tão curtinha que nem precisam ir procurar um leitor
on-line, vão poder ler meus comentários sobre o título e ainda vê-la neste post
mesmo.
Essa história faz parte da coleção Super Color Comic Robot, edição de 2005. São 4 páginas lindíssimas.
Lembra um pouco o estilo narrativo de Alicein Mirrorland & Alice in Underground, que eu comentei aqui no blog
tempos atrás. É repleta de subjetividade, quase um painel pedindo para ser
apreciado e interpretado, como um “O Grito” de Edvard Munch ou qualquer uma das
pinturas de Gustav Klimt (guardadas as
devidas proporções, claro). A história explora o universo controvertido do
ser humano, em um contexto pantonoso, sórdido e criminoso, sob a ótica das
sádicas fantasias eróticas daqueles personagens.
Me lembrou um pouco, ChâteauRouge, porém mais poético (???).
Aqui vemos bem o quanto à filosofia do prazer e do horror, são separadas por
uma tênue linha, como na visão do francês Georges Bataille que se convenceu
disto após observar a fotografia de um chinês sendo esquartejado vivo, que em
vez de expressar dor demonstrava prazer em seu rosto. É como diria Nelson
Rodrigues; “É preciso ir ao fundo do ser
humano. Ele tem uma face linda e outra hedionda. O ser humano só se salvará se,
ao passar a mão no rosto, reconhecer a própria hediondez”. E quem é que vai
dizer que não?
História e arte de Mami Itou, que tem uma singularidade que
se adequou bem a curta história promovida pela Super Color Comic Robot, que
apesar de ter um histórico contemplativo de peças curtas, nunca teve uma tão
destoante das outras, como Carogna (digo
isso, tendo lido a maioria das outras histórias curtas). Tanto no teor,
como nas linhas do traço.
Autor: Mami Itou
Demografia: Seinen
Revista: Super Color Comic Robot
Ano: 1995
Volumes: 1 capitulo – finalizado.
Onde encontrar: Tsumi/Kuroi Scanlation
Spoiler: |