Dessa vez, uma postagem mais emocional e pessoal, mas sem
perder a cabeça. Como disse a senhora @VulgoPss
em sua crítica sobre Gosick, Entretenimento Bom é para Qualquer Um.
E Shinryaku! Ika Musume é um desses.
O moe já deixou de ser um fenômeno e se tornou um elemento
intrínseco na cultura japonesa há bastante tempo e como tudo que faz sucesso,
já chegou a um estado de saturação, onde os executivos se tornaram praticamente
reféns da formula que é vista como o grande vilão da indústria que na visão dos
mais críticos, vive um momento de crise. Acredito que o problema não está no
moe, mas sim em sua banalização. Hoje, K-On!
representa a figura repulsa desse elemento para muitos – Este é um anime bem
executado e que convence em sua proposta (ame
ou odeie essa proposta), porém como tudo que faz sucesso, tende a ser
copiado e reproduzido a exaustão, já que apostar naquilo que tem uma
porcentagem maior de dar certo e seguir a tendência, é sempre mais seguro. Com
isso, muitas séries acabam ficando à margem do que é considerado “material de
boa qualidade”. Todo esse rodeio, não é pra levantar a poeira sobre o polêmico
moe, mas sim pra chegar numa série que eu amo de paixão; Shinryaku! Ika Musume.
Eu acho que se eu tivesse conhecido essa série hoje, talvez
eu não veria com os mesmos olhos, provavelmente, quem sabe, nem desse uma
chance. Quando você descobre um brinquedinho novo, você brinca com ele a
exaustão. É assim comigo eu me dei conta que eu poderia assistir aqueles animes
que passavam na tv, diretamente no pc, um mundo novo se abriu pra mim. Tempos depois
e um pouco mais ambientada, descobri que era possível assistir animes ainda em
lançamentos no Japão – Foi nessa fase ai que descobri Ika Musume. Imagine, a
série estreou em 2010 e nessa época, eu ainda era uma usuária ativa do Orkut e
seus comunidades, eu era uma garota pura (nhééé)
que apesar de viciada nos exploitations
da vida e filmes de terror, acho que eu era o que os otakinhos denominam como
“normalfag”. Então, eu estava completamente à margem de malicias subjetivas que
dizem estarem presentes nos animes de temática moe.
Então, olhei pra Ika Musume e enxerguei somente um anime que
me parecia (naquela época) algo
dedicado ao publico infantil e completamente inocente. Hoje eu sei que esse
tipo de material é destinado aos marmanjões do Japão (e tantos outros que assistem ilicitamente ao redor do mundo). Mas
sabe de uma coisa? Com um pouco mais de sabedoria, tenho um olhar mais crítico
e apesar disso, Ika Musume ainda se mostra para mim da mesma forma que o vi na
época e se eu não fosse filha única e tivesse uma irmãzinha, botaria ela pra
assistir e estou certa que ela adoraria, pois a narrativa é bem familiar. Pode
soar pretencioso, mas consegue mesmo em uma narrativa tão simplória e na
repetição de formulas a cada esquete de episódios, é competente em sua proposta
e consegue ser superior a grande parte das divertidas e apimentadas series que
fazem parte do mesmo filão (desculpa Dog
Days).
Essa semana eu vi os últimos episódios que me faltavam pra
completar o anime e ao chegar ao último, não consegui resistir ao impulso de
elaborar alguns comentários referentes ao anime. Não foi um anime que me fez
quase que fazer xixi na calcinha de tanto rir, como foi com os nonsenses Mitsudomoe e MM!, embora realmente só Mitsudomoe me fazia rir de uma forma tão
exagerada, que assistindo de madrugada eu tinha que tapar minha boca (o que ocasionou diversos incidentes).
E eu tenho um problema com animes de comédia, pois não é qualquer um que
consegue arrancar uma gargalhada de mim. Enfim, Shinryaku! Ika Musume, nunca me
levou aos extremos da insanidade, mas sempre me divertiu (e independente das críticas que nós blogueiros façamos, o que importa
realmente é se aquele anime no fim das contas consegue te divertir, ou não).
Ika Musume é bem moe sim e todas as características que o
denominam como um produto com foco no otaku harcore, mas isso pouco importa (e diferentemente de K-On!, não se sustenta
no moe-blob). O anime que em sua tradução é "Invasão! Garota Lula", veio das profundezas do mar da
costa do Japão, com a “maléfica” intenção de conquistar o mundo e punir os
humanos por sujarem e poluírem o oceano. Mas para o azar dela e felicidade
nossa, ela vive falhando em seus diversos planos de conquista. Seu primeiro
objetivo é a “Limoeiro” (ou Tenda Limão),
um restaurante a beira-mar, ao qual pretende tomar como quartel general, mas
acaba tendo seus planos frustrados por Chizuru, que de quebra, ainda bota a
garota Lula para trabalhar e pagar os prejuízos. E esse foi só o inicio de
várias aventuras e atrapalhadas que se sucederiam nas várias esquetes do anime.
Antes que se pudesse perceber, Ika Musume já fazia parte da família e exalava um
fraternal amor com relação à Eiko, Chizuru e Takeru, além das várias amizades
que formou naquele lugar. Afinal, Ika é uma peste de garotinha, mas é
extremamente carismática e ingênua. Não há como odiá-la por mais travessura que
apronte.
Mas não foram só momentos apenas de risos, também me
emocionei em diversos momentos que davam até vontade de chorar, onde o tom
ficava mais melancólico. Como não vomitar loucamente arco-íris com a mini Ika Musume que apareceu pela
primeira vez na primeira temporada do anime? Como não sentir o coração apertar
e um monte de pôneis cantando ao redor de sua cabeça em todos os momentos de
doçura fraternal entre ela e Eiko? Não funciona pra todos, mas Ika Musume é um
anime fácil de afeiçoar, devido principalmente a forte interação entre a
família formada por Ika, Eiko, Chizuru e Takeru, fora o – embora rasos – bons personagens de apoio . Como a stalker
apaixonada, Sanae, que não cansa de apanhar e ser rejeitada pela Ika que não
entende, mas sente as más intenções da garota. Enfim, termino deixando aqui o
diálogo final do último episódio da segunda temporada;
“Não parece que a Ika Musume-chan agora é o centro de nossas vidas?
Acho que talvez já fomos invadidos há muito tempo.”
Primeira temporada: Shinryaku! Ika Musume
Episódios: 12
Exibição: 2010
Segunda Temporada: Shinryaku? Ika Musume
Episódios: 12
Exibição: 2011
Estúdio: Diomedea
Onde encontrar: Wired