segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Comentários: Mirai Nikki #14



Mirai Nikki é uma serie meio louca. Você olha e tudo parece não fazer muito sentido, com coisas que parecem ser cuspidas no roteiro da forma mais displicente possível por Sakae Esuno. Nesse episódio mesmo, isso ficou bem obvio, não levando em consideração o anterior, que conseguiu ser bem abaixo da média já ruim do anime. A trama que a dois episódios atrás, estava num ponto B, agora já está no G – Mas Mirai Nikki é um thriller e como tal, tudo acontece de forma bem rápida mesmo, sem dar fôlego ao espectador. Claro que é preciso que se faça o mínimo de sentido possível e no anime, a má transposição da obra original e a falta de um maestro realmente competente na direção e um bom estúdio por trás pra segurar a qualidade da produção, afetam um bocado nesse tipo de obra (sim, porque Mirai Nikki, ao contrario do que imaginei no inicio, tem excelentes investidores, o que faz menos sentido ainda na escolha de um estúdio tão fraco. O que acontece Kadokawa?).

Peguemos como exemplo, Guilty Crown, que além de ter uma boa fotografia, também se destaca na animação, oferecendo sequências de ação de perder o folego (lembrando que se trata do mesmo diretor de H.O.T.D – que ame ou odeio, teve excelente execução). A direção é boa e afiada, mas o roteiro é extremamente fraco (ou ao menos, até onde me dispus a acompanhar) e inconsistente. É o tipo de obra que exige um diretor capaz de imprimir a dinâmica que a trama exige. E Sakae Esuno ao desenvolver as tramas de Mirai Nikki, abriu mão no primeiro momento de explicações plausíveis, em detrimento da dinâmica e confesso que demorei pra me acostumar, pois algo que acontecia num capitulo em especifico, só viria a se tornar compreensível no final do volume ou só no termino da trama (sem contar os spin-off que também tem possuem esse papel de elucidação). Mas se tornou um diferencial formidável em Mirai Nikki, sem contar que a execução era de tirar o folego e que se dane a suspenção de descrença, trás mais pipoca ai mãe que a coisa tá boa.

Com isso, temos jogados nesse episódio, novamente um conflito envolvendo algum tipo de crime misteriosa que a Yuno cometeu – Posso dizer que este é o fio condutor de Mirai Nikki e grande trunfo de Sakae Esuno, que se transformará num plot twist incrível, uma pena que provavelmente não seja tão surtante no anime. Yuno agindo em um estado completamente alterado, o que a este ponto não deve ser surpresa pra ninguém, já que ela é psicologicamente instável, faz com que ela seja a legítima psycho yandere e eu simplesmente adorava isso no mangá (que Sakae Esuno fez questão de trabalhar detalhadamente todo o lado psicológico dela, deixando inclusive, Yuki em terceiro plano, completamente ofuscado pela yandere). Inclusive, cheguei a várias vezes, sentir muita pena dela. Infelizmente a péssima performance da seiyuu em uma personagem que é a peça fundamental de Mirai Nikki, acaba comprometendo parte do espetáculo. Fora, claro, a falta de clímax do anime que não deixa ninguém excitado.


Passou esses dois episódios, que foram um mini arco que serve de ponte para ligar dois arcos envolvendo donos de diário em um anticlímax que faria dormir até o infame do Edu Testosterona. Um outro ponto interessante que teve inicio nesse episódio, foi o Kousaka se tornando dono de um diário do futuro, quase que instantaneamente. Detestei essa banalização dos diários, promovido pelo Sakae Esuno, mas a explicação é plausível e novamente, está interligada a trama que será responsável pelo louco AWESOMES antes do ponto máximo de Mirai Nikki; que é o confronto final entre dois donos de diários pelo trono de Deus Ex-Machina.

Foi um episódio muito ruim? Não, mas também não impactou e nem tirou o espectador de sua comodidade. Que venha o próximo, pois vou adorar usar Mirai Nikki de terapia pra minha TPM.