Mirai Nikki é uma serie meio louca. Você olha e tudo parece
não fazer muito sentido, com coisas que parecem ser cuspidas no roteiro da
forma mais displicente possível por Sakae Esuno. Nesse episódio mesmo, isso
ficou bem obvio, não levando em consideração o anterior, que conseguiu ser bem
abaixo da média já ruim do anime. A trama que a dois episódios atrás, estava
num ponto B, agora já está no G – Mas Mirai Nikki é um thriller e como tal,
tudo acontece de forma bem rápida mesmo, sem dar fôlego ao espectador. Claro
que é preciso que se faça o mínimo de sentido possível e no anime, a má
transposição da obra original e a falta de um maestro realmente competente na
direção e um bom estúdio por trás pra segurar a qualidade da produção, afetam
um bocado nesse tipo de obra (sim,
porque Mirai Nikki, ao contrario do que imaginei no inicio, tem excelentes
investidores, o que faz menos sentido ainda na escolha de um estúdio tão fraco.
O que acontece Kadokawa?).
Peguemos como exemplo, Guilty
Crown, que além de ter uma boa fotografia, também se destaca na animação,
oferecendo sequências de ação de perder o folego (lembrando que se trata do mesmo diretor de H.O.T.D – que ame ou odeio,
teve excelente execução). A direção é boa e afiada, mas o roteiro é extremamente
fraco (ou ao menos, até onde me dispus a
acompanhar) e inconsistente. É o tipo de obra que exige um diretor capaz de
imprimir a dinâmica que a trama exige. E Sakae Esuno ao desenvolver as tramas
de Mirai Nikki, abriu mão no primeiro momento de explicações plausíveis, em
detrimento da dinâmica e confesso que demorei pra me acostumar, pois algo que
acontecia num capitulo em especifico, só viria a se tornar compreensível no
final do volume ou só no termino da trama (sem
contar os spin-off que também tem possuem esse papel de elucidação). Mas se
tornou um diferencial formidável em Mirai Nikki, sem contar que a execução era
de tirar o folego e que se dane a
suspenção de descrença, trás mais pipoca ai mãe que a coisa tá boa.
Com isso, temos jogados nesse episódio, novamente um
conflito envolvendo algum tipo de crime misteriosa que a Yuno cometeu – Posso dizer
que este é o fio condutor de Mirai Nikki e grande trunfo de Sakae Esuno, que se
transformará num plot twist incrível, uma pena que provavelmente não seja tão
surtante no anime. Yuno agindo em um estado completamente alterado, o que a
este ponto não deve ser surpresa pra ninguém, já que ela é psicologicamente instável,
faz com que ela seja a legítima psycho
yandere e eu simplesmente adorava isso no mangá (que Sakae Esuno fez questão de trabalhar detalhadamente todo o lado psicológico
dela, deixando inclusive, Yuki em terceiro plano, completamente ofuscado pela
yandere). Inclusive, cheguei a várias vezes, sentir muita pena dela.
Infelizmente a péssima performance da seiyuu em uma personagem que é a peça
fundamental de Mirai Nikki, acaba comprometendo parte do espetáculo. Fora, claro,
a falta de clímax do anime que não deixa ninguém excitado.
Passou esses dois episódios, que foram um mini arco que
serve de ponte para ligar dois arcos envolvendo donos de diário em um
anticlímax que faria dormir até o infame
do Edu Testosterona. Um outro ponto interessante que teve inicio nesse
episódio, foi o Kousaka se tornando dono de um diário do futuro, quase que
instantaneamente. Detestei essa banalização dos diários, promovido pelo Sakae
Esuno, mas a explicação é plausível e novamente, está interligada a trama que
será responsável pelo louco AWESOMES antes do ponto máximo de Mirai Nikki; que
é o confronto final entre dois donos de diários pelo trono de Deus Ex-Machina.
Foi um episódio muito ruim? Não, mas também não impactou e
nem tirou o espectador de sua comodidade. Que venha o próximo, pois vou adorar
usar Mirai Nikki de terapia pra minha TPM.