Um sitcom sobre a vida de casados de um homem humano e uma
alienígena? WOW! Okay, não a muito de ineditismo nisto. A aparentemente originalidade
está no fato de que ela é uma monster girl.
Esse é o plot do curto Oh, My Sweet Alien! (Yome ga Kore na Monde.) que se
desenvolve em torno de um casal nada convencional. Ele foi abduzido, se
apaixonou loucamente pela alien e eles se casaram. As histórias são situações
da vida diária de casado dos dois e na identidade secreta da esposa. É um mangá
dividido em pequenos esquetes cotidianos com desdobramentos bem humorados.
Quando vi a capa de Oh, My Sweet Alien!, eu estava esperando
encontrar um monster girl daqueles que a história gira primariamente em torno
do ecchi. Situações eróticas. Mas embora contenha algumas esparsas abordagens
picantes, a abordagem em si é na relação do casal, no fato dela ser uma
alienígena e os conflitos que isto gera com sua permanência na terra. Claro,
tudo isso é trabalhado superficialmente, mas com um ótimo domínio de tempo,
tornando a história envolvente e divertida.
Por exemplo, quando numa reunião da empresa, ela começa a
beber demais e o marido pede para que pare, pois é fraca com bebidas. Em um
relacionado humanamente normal, o motivo de sua preocupação não seria outra
senão o temor da esposa começar a dar vexame, tirar a roupa, falar demais.
Aqui, é porque ela começa a perder o domínio e revelar sua identidade secreta.
Há uma parte em que ela começa a se despir, ele fica desesperado, mas a pele
dela é só uma capa humana, a real preocupação dele é com o que vem depois, com
ela abrindo o zíper dessa “capa” e revelando seu corpo de monstro. É nesse timing
de humor, uma inversão de padrões usando a mecânica usual, que o autor se
sobressai.
É, eu sei! ASDLKDJFGKJHSFGKL
Logo no começo, depois deles visitarem os pais dela, que são
uns monstrengos, ela fica gravida. Okay, beleza! Quão perplexa fiquei então
quando vi um enorme ovo bem na sala deles!! Pensei comigo, “poxa, ela botou
esse ovão?”. E de repente, o ovo se rompe é quem é que surge lá de dentro? Ela
com o bebê na mão. Fiquei chocada, claro! HEHUEUHEUHE OMG.
Não dá pra negar que há certa originalidade no conceito de
monster girls que parece estar vivendo o seu boom atualmente – originalidade
para criar fanservice e fetichismo é algo que japas dominam com soberania. E eu
acho muito legal o fato dela ser realmente um monstro. Um monstro fofo, mas
ainda um monstro. Alienígenas na ficção geralmente só são feios quando são
inseridos em tramas em que eles precisam criar pavor, serem criaturas temíveis.
Em outras oportunidades, eles... ou melhor dizendo, elas, são criaturas lindas,
ainda que possam se transformar em coisas horrendas. Já aqui, o herói se
apaixona pelo que ela é realmente. E Miyata Kouji deixa sua heroína muito a
vontade, como dentro de casa, com a capa humana sendo para ela algo
desconfortável que usa apenas como conveniência para manter sua identidade em
segredo quando sai na rua.
Lembra um pouco as comédias românticas dos anos 80/90, que essencialmente
são mais ingênuas, um fetiche mais soft. Aqui por exemplo, está em como as
mulheres podem ser alienígenas fascinantes
pela perspectiva masculina (já é um
velho clichê dizer que mulheres são complicadas de se entender que nem nós mesmas
nos entendemos e muitos homens ainda carregam essa imagem da figura femina. Por
isso o “alienígena” é um termo aplicável ainda). Do fato dela ser uma
ótima dona de casa, que acha divertido desempenhar essa função. Ouch, e ela ainda
é tão sweet! Acho que este é o ponto. Há! Huehueheue. Mas ela é realmente um
amor.
O aspecto mais interessante, a meu ver, é a história não ser
apenas no mundo adulto, mas os personagens se comportarem como tal, ainda que
estereotipado. É uma história curtinha, leve e descontraída. Eu diria que
inofensiva.
Pra completar, a arte de Miyata Kouji soa bastante oldschool. É uma arte muito linda, repleta de curvas e redondinha. Ele possui um traçado com muita elasticidade, os olhos expressivos, suas mulheres são bem dotadas fisicamente – tão corpudas que parece ter saído do lápis de um artista americano – e mostrou um domínio incrível no uso sequência de quadros e de sombreamento. É o tipo de mangá que eu não me arrependeria de ter lido nem mesmo se a história fosse ruim, porque a arte é maravilhosa, mas infelizmente também traz uma história divertida.
Pra fechar. Este é o quadro mais fofo do capítulo mais sweet <3
Nota: 07/10
Autor: Kouji Miyata
Serialização: Fellows! (Enterbrain)
Demografia: Seinen
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