A situação parece irreversível, mas ressurge alguém pode por fim aos conflitos entre Terra e Marte.
O slogan da série, 'Fiat iustitia et ruat caelum' (Faça-se a justiça, mesmo que desabem os
céus), exige que a justiça seja feita independente das consequências, com a
metáfora do céu caindo literalmente, através dos Castelos – nome bem apropriado
para aqueles que os pilotam, sendo eles monarcas do império de Vers que se
consideram de uma casta superior. Assim então, castelos governados por seus
reis caem na terra a fim de subjugar a antiga humanidade. Mas nem mesmo a nova
ordem dos humanos residentes em Marte consegue – ou quer – escapar impune à
interpretação equivocada de justiça, sendo esta altamente manipulável, é
utilizada para dar vazão há décadas de uma guerra fria de relacionamentos
conflituosos.
Não parece que eles estejam lutando com sangue nos olhos para
vingar a sua princesa. Não, pela perspectiva que é mostrada neste episódio,
tem-se a falsa (?) impressão de que
todos estão lutando apenas para satisfazer seus desejos de subjugação e
dominação, fazer valer sua supremacia, sendo o ataque à sua princesa, apenas o
meio para que pudessem alcançar isto. Claro que teoricamente falando, o pesar
pela princesa não apagaria seus instintos de supremacia nem tão pouco menos
falhos (além de não sabermos bem como é
relação da princesa com seu povo). Contudo, a escrita do episódio tira todo
o potencial de tal conflito emocional e físico ao se concentrar apenas no
aspecto maniqueísta do conflito. Talvez seja uma avaliação demasiadamente
injusta a principio, tendo em vista que temos mais um episódio pela frente até
fechar a primeira fase do enredo e provavelmente a participação direta de
Butcher. Talvez. Mas, com a liberdade que a especulação de uma obra aberta nos
permite, é fato que o episódio faz pouco para dar aspectos mais tridimensionais
ao conflito, o que não é exatamente uma falha, mas que sem dúvidas daria muito
mais impacto ao conflito físico. É algo que, por exemplo, podemos sentir em Eddelrittuo
e em Slaine. Eles soam personagens com uma gama de conflitos mal resolvidos.
Contudo, foram apenas 2 episódios até agora, em que não se
teve tempo para explorar devidamente a animosidade entre os dois mundos, nem
conhecer melhor as motivações de Marte e etc. Isso é sobre a necessidade de
termos começos fortes e atraentes. E vejam só, a princesa Asseylum está – sem nenhum
surpresa – viva. Temos só mais um episódio até o fechamento do primeiro ato
introdutório. Apenas no terceiro episódio o protagonista da história entrará no
mecha – o que para mim é um tanto incomum, se tratando de mechas, embora minha
falta de maior experiência no gênero me coloque numa posição delicada aqui.
É bastante claro que, com a princesa de Vers viva, este conflito
findará antes que Marte extermine completamente a humanidade (O que me parece estar longe de acontecer,
mesmo com o poderio deles. Atenhamo-nos ao fato de que eles começaram destruindo
as grandes cidades de cada país), mas não sem antes que Nao suba no robô e faça
a cena clássica de protagonismo. Imagino que a partir do quarto episódio,
tenhamos um desenvolvimento mais profundo acerca da relação conflituosa entre
os dois mundos, personagens, enfim... novamente uma guerra fria até que outro
conflito ecloda, pois do lado de Marte há uma facção que não se satisfaz com a
harmonia. Se tratando de um lugar sem as mesmas riquezas naturais da Terra, é provável
que haja outros motivos por trás deste conflito, mas a nossa própria história
mostra que é preciso menos que isto para que povos lutem entre sim. Se no mundo,
as guerras são alimentadas por petróleo, indústria belicista e manutenção da
autoridade sob o viés de nacionalismo, é verdade que também a animosidade entre
países pode ser motivada simplesmente por motivos culturais; heranças do
passado em relação a pertencimento [e não são os maiores conflitos do homem
motivados por questões de pertencimento?]. Aldoah Zero mesmo sem a carga
explosiva destes episódios iniciais tem muito o que explorar em sua premissa,
fazendo do próximo baque algo ainda maior do que vemos nestes episódios.
Não acho que deva falar sobre o quão horroroso é a qualidade
do 3DCG dessa série, não me surpreende, já esperava – mas gosto do design feião
dos mechas da Federação da Terra, caracterizando-os como produção de massa de
baixa potencia, em contraponto com os mais avançados que com certeza aparecerão
mais tarde e até mesmo com os do império de Vers, que possuem projetos mais
atraentes que privilegia a boa articulação que possuem. Apesar de que, assim
como a muitos de vocês, me incomoda não ter visto um poder de fogo mais ofensivo
por parte da Terra. Cadê os aviões, helicópteros, detonações e o caralho a
quatro? Animes fazem esse tipo de ação soar muito fácil para quem está
atacando, ou será que é apenas o fato de eu estar muito acostumada com filmes hollywoodianos?
Seja como for, o único pesar que este episódio me deixou foi
não poder ter escrito este texto ao som da soundtrack da série. A trilha sonora
tem uma função fundamental aqui, com o plus das insert songs – adoro insert
songs bem colocadas –, que deram o tom certo que o episódio pedia. Algo épico e
efervescente, mas não excessivamente dramático. Bom timing de Ei Aoki, que dá o
tratamento adequado ao conflito. Se não há envolvimento, seria um erro querer
tornar todo este cenário em algo dramático na tentativa de criar afeição com
quem assiste. As sequências de ação são corretas na criação de tensão e atmosfera
energizante. Embora, seja verdade, novamente a primeira parte do episódio é
inferior à segunda. Ainda assim, episódio muito bom e frenético por quase todo
o tempo. Na expectativa pro próximo, espero que Butcher continue tratando o
protagonismo como se deve (era uma das
melhores coisas do anime de Shingeki no Kyojin antes de virar Dragon Ball Z).´
reação final
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
Roteiro: Gen Urobuchi
Storyboard: Ei Aoki
______________________
***
Curta o Elfen Lied Brasil no Facebook e nos Siga no Twitter