quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Algumas Impressões de Kiseijuu Sei no Kakuritsu

A revolta dos parasitas. Eles chegam silenciosamente para sugar o seu sangue! 
Já pensou se você acorda de manhã e de repente sua mão direta se torna senciente? Para sua infelicidade, ao contrário de Midori no hibi, não é uma linda garotinha, mas um organismo monstruoso que te leva a fazer atos impensáveis até então. Com previsão de dois cours e com a possibilidade de uma adaptação livre de um mangá já finalizado há anos (já comentado aqui), Kiseijuu Sei no Kakuritsu se saiu muito bem em seu episódio de estreia.

Começando pela adaptação do character design pelo animador Tadashi Hiramatsu, atualizado, mas com um grande quê oldschool, com um traçado que privilegia os queixos mais pontudos – lembra bastante o de Yoshiyuki Sadamoto (responsável pelo mesmo character design de Evangelion). E ele é utilizado com versatilidade pelos animadores que exploram bastante sua elasticidade. Como o ritmo da narrativa é acelerado, a movimentação dos personagens ganhou mais ênfase. A suavidade da fluidez dessa animação se destaca e é agradável de observar. O Shinichi (Nobunaga Shimazaki) de alguma forma me soa tão mais atraente, ele tem tantas feições diferentes, mas seus óculos se torna um acessório realmente charmoso em alguns momentos. Até mesmo o 3DCG, que costuma ser uma dor de cabeça, estava bem integrado à animação manual. Se a solidez desta animação se mantiver será algo ótimo, no entanto, os personagens que fazem figuração destoaram um pouco do ambiente (as pernas deles se movimentam de uma forma bem estranha e pouco natural), como esse “robozinho” ai da imagem abaixo.
Uma das minhas preocupações era com relação à censura, os animes que apresentam algum grau de violência têm sofrido bastante com isso, mas felizmente isto não ocorreu aqui. Acho que ainda há esperança para os produtores de animes, não é? Não seria nem um pouco de bom senso borrar um dos aspectos mais atraentes de Kiseijuu, que são justamente as divertidas formas visuais destes organismos e sua voracidade – bom, verdade seja dita: o fato de aparentemente não haver uma pressão em termos de vendas de discos e o fato de o anime parecer uma propagada para os filmes live actions da série que estão para estrear no Japão, devem ter um peso nesta equação. 
efeitos morphing

Os efeitos de morphing (elementos 3D se transformando em outros elementos) estavam incrivelmente orgânicos e naturais. E por falar nos monstrinhos, a performance da Aya Hirano como Migi foi magnifica, mesmo ela contando com a ajuda de efeitos de distorção em alguns momentos, sua interpretação mostra o quão brilhante ela é como dubladora, pena que ultimamente tem se restringido a pequenos papeis, como Pai Pai de Gatcham Crowds – mas todos com a habituação qualidade da interprete.

A história ainda está engatinhando, mas vemos nesta estreia algo que deve se tornar comum nestes primeiros episódios: o conflito de coexistência entre Shinichi e Migi, e a dualidade entre humano e animal – dualidade que fará com que os outros organismos se sintam ameaçados com Shinichi e Migi. A gradativa transformação de Shinichi e seus conflitos deverá ser uma das coisas mais bacanas de se acompanhar. Este episódio evidencia bastante isso, como a perda do controle sobre a sua mão.
Aliás, eu achei que iria odiar o fato de terem introduzido um recurso tão banal quanto o do “boob grab” (o ato do personagem apalpar os peitos das garotas, geralmente, sendo algo acidental), é algo que não cai bem em qualquer série e contexto, sendo fácil de deixar os personagens extremamente babacas e acéfalos, mas aqui conseguiram desenvolver muito bem. A Murano (Kana Hanazawa) fica realmente ofendida com o ato de Shinichi e isto não se resume a somente um tapa no rosto e “nunca mais se fala no assunto”, mas ela se mantém durante todo o episódio chateada com ele. Ou seja, o ato dela continua repercutindo ao invés de simplesmente se completamente ignorado. É uma atitude que soa verossímil e importantíssima para o desenrolar da relação dos dois, qualquer outra reação dela tornaria suas ações futuras algo difícil de se levar a sério. Levando isto em conta, o ato de Migi ressalta ainda mais a curiosidade que ele possui para com a espécie humana e o inicio dos conflitos entre ele e Shinichi. Já pela perspectiva de Murano, é provável que ela comece a encarar ele com desconfiança e certo receio, afinal, a atitude que ele teve foi totalmente atípica para alguém como ele. Na série original Murano começa a questionar a súbita mudança de Shinichi, mas não há grande ênfase no motivo de ela ter começado a sentir que ele estava diferente. Já aqui, esta atitude dela certamente a deixará mais perceptiva em relação à gradativa mudança do seu interesse romântico.

O balanceamento entre humor, tragédia e aspecto trash de Kiseijuu talvez traia a expectativa de muitas pessoas, mas aos poucos vão descobrir que esse tom leve, de ritmo ágil e bem humorado é uma de suas melhores características, e o anime conseguiu captar habilmente. 

Avaliação:  ★ ★ ★ ★

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-Eu não sei o motivo de Shinichi nesta versão usar óculos, mas há previews futuros dele sem o óculos. Eu apostaria que é uma muleta para dar mais ênfase no antes e depois. Os óculos de algum forma, conseguem atribuir características às pessoas. Se algumas ganham um ar mais culto e sexy, em outras os óculos ressaltam um lado atrapalhado da pessoa, não raramente fazendo com que ela soa um tanto anacrônica em termos moda e comportamento. Shinichi com eles soa desengonçado pra caramba XD.
-Introduzir o maniaco logo no primeiro episódio foi uma boa sacada para criar efeitos de ligação.
-Acho que essas cenas de The Thing soam de alguma forma familiares, não?!

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