domingo, 12 de outubro de 2014

Comentários: Fate/Stay Night: Unlimited Blade Works #01 – Winter Days, A Fateful Night

[Dias de Inverno, Uma noite fatídica] 

Eres tu o meu mestre? Oh, o que é um momento antológico! 
Mais um episódio focado em acompanhar a rotina de mais um protagonista da série, no caso, o amado e odiado Shirou. A narrativa retrata novamente os dois dias antes das preparações para a Guerra do Santo Graal, mas por perspectivas diferentes. Isso criou uma dinâmica muito bacana, que até poderia ser cortado e encaixado em apenas 48 minutos [2 episódios médios de 24 minutos] se focando nos dois personagens, mas que sem dúvidas alguma com um tempo maior fornece uma visão muito mais rica e ampla do cenário. Creio que ficou evidente o quanto Rin e Shirou possuem uma vida diária completamente distinta um do outro. Enquanto ela passa seus dias solitários (ainda que seja a garota mais popular do colégio) e se esforça para manter sua pose (ainda que tenha ficado obvio que mesmo com todo o conhecimento e esforço, ela ainda é imatura e se deixa levar facilmente pelas emoções. Ou seja, Rin foi obrigada a crescer antes do tempo e assumir obrigações maiores do que ela), Shirou é cercado de pessoas, tem uma família; composta por pessoas de fora, mas que foram fundamentais para que ele pudesse crescer se sentindo querido e com calor humor – e vive uma vida sem grandes ambições. É o ponto que o aproxima tanto de Sakura.

Mas sua rotina será transformada completamente por sua participação nesta guerra. O que gera uma situação interessante: ao menos aqui, com sua vida pacata e sem qualquer ambição afetada pela guerra e com uma maior aproximação de Rin, Sakura meio que se distancia, embora não desapareça completamente. E, bem, com Rin a vida do Shirou nunca será a mesma que seria caso seguisse um curso normal. Mas, se há algo em que ambos se assemelham, é na busca por um ideal espelhado por seus pais. Durante boa parte do episódio vemos o quanto Shirou têm se esforçado para seguir o seu sonho infantil de ser um defensor da justiça, um herói que combate o mal e ajuda as pessoas boas, mas na nossa vida ordinária ser herói tem um outro significado, e talvez um pouco mais chato do que nossas fantasias pintam. Mesmo se houvesse o poder para tal, não é tão simples como gostaríamos de acreditar. É basicamente o que Kiritsugo lhe diz, depois de ter percebido com os próprios olhos que o Santo Graal jamais poderia realizar tamanha façanha. Quando seu pai lhe diz que ele só pode ajudar às pessoas que estão próximas a ele, Shirou se sente frustrado e não pode aceitar isto, mesmo que [inconscientemente ou não] saiba que o Kiritsugo está certo. Acompanhando seu cotidiano, percebemos que é exatamente como seu pai lhe dissera, que ele só pode ajudar quem está próximo a ele, mas ainda assim Shirou quer acreditar que é possível – um paradoxo que convergirá na principal força desta história.
A razão de tanto empenho está no seu passado, com parte da cidade de Fuyuki em chamas e ele ali no meio, testemunhando tantas vidas serem arruinadas. Sua vida foi diretamente afetada pelo que ocorreu no final de Fate/Zero, e da mesma forma que ele foi salvo, também quer fazer o bem às outras pessoas e se esforça para isso (a cena dele trabalhando num bar foi um acréscimo bem interessante. Culturalmente japoneses creem que trabalhar é sinônimo de estar contribuindo para a sociedade, para o bem ao próximo, e, portanto devem se esforçar ao máximo. Teoricamente é um senso comum em todo o mundo, mas isto acaba sendo mais forte numa cultura coletivista, que pensa primeiro no grupo).
A cena do hospital onde inicialmente vemos apenas Shirou e Kiritsugo, para depois abrir para mais uma criança, e depois mostrar as outras olhando para eles, é de uma epifania poderosíssima, que para muitos, só se fará visível a sua força quando UBW chegar em seu clímax. Mas o sentido é facilmente percebível: Shirou foi o único a ser escolhido. Novamente, o destino sendo intransigente para o que Kiritsugo apontou e que Shirou teima em desafiar. É a essência desta história, a realidade batendo e Shirou a negando prontamente e reafirmando seus valores. É um conflito que tem tudo para ser interessante.



É bom que tenhamos em mente que esta história vai se construindo aos poucos e que mesmo essa vida pacata e “chata” que o Shirou leva no início, representa parte importantíssima de sua motivação e no que ele veio a se tornar. Por exemplo, temos uma ótima representação de como foi os últimos momentos da vida de Kiritsugo, com sua melancolia e espirito quebrado expressado visualmente através das feições e da voz, que demonstra claramente se tratar de uma pessoa sabia e afetuosa, mas que perdeu algo importante de si no percurso davida. Como se seu corpo estivesse destituído de um espirito vivo. Mesmo seu sorriso e sua voz terna e acolhedora, exibem traços tristes. É um passo seguinte de decomposição visual que vemos em Fate/Zero, mas se você não viu ou leu Fate/Zero, parte desta força na presença do personagem irá se perder, até que surja o momento da história em que isto seja mais bem ilustrado e se possa ter uma visão maior de todo este cenário [onde se compreende melhor a relação entre pai e filho]. Da mesma forma, algumas atitudes que são referências que devem demorar a ter um sentido maior, como o interesse de Rin por Shirou e aparentemente pelo clube de arco e flecha. O slice of life tem seu sentindo, quando se pensa que são apenas adolescentes, e este é o seu mundo, mas de repente se veem envoltos numa guerra sangrenta...

Ufotable continua entregando uma produção de ótima qualidade. As cenas da Taiga são bem fluidas. É legal ver que estão representando a força de espirito e hiperatividade de personagens como Rin e Taiga através de maneirismos visuais, ou seja, com uma animação extravagante nos seus movimentos. Mas claro que o destaque fica por conta da aparição de Saber e sua luta com Lancer, com momentos virtuosos de ambos os lados. Lancer se sustentando nas pontas dos dedos e atacando como se seus pés estivessem deslizando enquanto desvia e parte pra ofensiva. O traje de Saber e seu saiote que abre como uma flor de lótus enquanto ela gira não é nada menos que fascinante, seu pequeno tamanho acaba se tornando uma vantagem em termos de flexibilidade em combate e seu traje pesado sempre se destaca visualmente. Ufotable conseguiu fazer uns minutos de combate realmente fantásticos, eu devo ter visto essa luta umas 10 vezes, procurando por detalhes que passam em frações de segundos. Não encontrei nenhuma instabilidade na animação 2D. Porém, os efeitos digitais decepcionaram um pouco quando Lancer evoca seu tesouro heroico para conseguir parar a baixinha invocada que parte pra cima como um cãozinho raivoso. HÁ.
Poxa, o que é a Gae Bulg? Você sabe por que o Lancer diz quais são suas características, mas não vemos e seu sentido e pouco lucido. Minto, vemos, mas apenas efeitos digitais que embaçam a ação e não demonstram a mecânica por trás do golpe. Os quadros estáticos no momento do ataque para demonstrar apreensão e suspense foram bem aplicados, no entanto poderiam ter detalhado melhor o poder ofensivo da Gae Bolg ao invés de resumi-la a efeitos coloridos e uma câmera em plano aberto. Não tenham medo de como um objeto solido se distorce, invertendo a causalidade. Esta é uma história de fantasia afinal, e olhando para esta cena, é impossível perceber visualmente como ela age. O que é a Gae Bolg? Ainda não sabemos. A não ser que você seja um leitor do material original. De qualquer forma, é o tipo de ação que é chato, porque não mostra o que acontece realmente. 

Enfim, mais um episódio com narrativa que flui muito bem. Não basta esticar a quantidade de minutos, é preciso preenchê-lo de uma forma que pareça continuo e fluido, como se pensado realmente para o formato. As belas transições de paisagens da cidade evidenciam essa internalização da narrativa (só paramos para perceber com calma o que há a nossa volta quando estamos andando sozinhos e perdidos em reflexões sobre nós mesmos), mostrando o que há por dentro dos personagens, seus questionamentos, e como eles se comportam naquele mundo, com uma despretensão que num episódio regular talvez não caísse tão bem. Claro que é a própria natureza de um “prologo” que permite essa visão, mas a direção que a staff deu ao episódio entrega essas minúcias muito bem.  

Avaliação:  ★ ★ ★ ★
Roteiro: Kazuharu Sato
Diretor Auxiliar: Takuya Nonaka
Storyboard: Takuya Nonaka
Direção de Animação: Takayuki Mogi, Tetsuto Sato
Diretor: Takahiro Miura
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-Quem diria! O Shirou se transformou num autêntico Husbando Material, até músculos o caboclo tem... um pouco....hmm... O novo design deixou ele mais charmoso e bonitinho, espero que ele não se torne nojento e com pensamentos ridiculoso como "mas...mas... você é uma menina e meninas não brigam huuuurrrr durrrrr" *bate a cabeça na faca*. Nunca se sabe!!!!!! Com Shirou, toda precaução é válida.
-GEEEENT, VAMOS CONVERSAR. O que é essa voz do Issei? Sério. Nada a ver com o biotipo dele. Grave demais. Não é natural, cadê o diretor de dublagem para pedir para o dublador para acentuar melhor a sua voz?
-Os fãs da Makidera devem estar ouriçados com este fanservice. Nem eu fiquei imune. Mas hey, é bacana ver as personagens secundárias que preenchem o cenário tendo um pouco de destaque. Isso só acontece porque havia tempo pra isso.
-Senti falta de mostrarem o local onde o grau caiu na gerra passada. É um momento com um feeling tão distinto de tudo o mais, que valeria cortarem outras coisas do episódio para mostrá-lo. É um bom link com o passado e parte de caracterização de Shirou.
-Shirou reamente tem vocação pra Maria do Bairro, né?  É muito panaca! Eu entendo as motivações dele o que o faz agir assim, mas não deixa de ser algo otário. Alguns diria que é a benevolência (wtf, a Saber pede pra ele curá-la com sua benevolência e foi tão brega hahaha, mas a Saber é assim mesmo) que o mundo necessita. E eu digo que um pouco de orgulho próprio te deixa menos vulnerável à maldade alheia.
-Shirou segue a lógica de protagonistas de terror. Corra sempre para o local que oferece menos opções de fuga!!!
-AAAAHHHHHH A VESPA DA TAIGA!!! Sem dúvidas essa é uma combinação muito perigosa!
-Eu também não gosto deste character designer que privilegia um formato mais ~cute~, mas se pensam que isso deverá ser corrigido nos discos "azuis", eu não esperaria por isso. Não é exatamente um defeito, mas um estilo. Eu já reclamava desde que anunciaram o novo character design da Rin ¯\_(ツ)_/¯
-A exitação da Saber ao ouvir o nome "Emiya" foi um ótimo acréscimo. Sempre me senti incomodada que desde o inicio no original ela não dava nenhum indicio de já conhecer o sobrenome "Emiya".

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