quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Comentários: Subete ga F ni Naru #04 – Tudo Se Torna F

The Rainbow-Colored Past
Esse episódio foi um pouco chato. Não por ser lento, mas por ter pouca coisa de interessante realmente acontecendo ao fundo. Nos episódios anteriores sempre havia alguma coisa. Uma linha de pensamento reflexiva, por mais lugar comum que fosse. Ou personagens sendo analisados e deixando algo que instigasse na ponta da língua.

Não que este episódio não apresente fatos relevantes à narrativa policial. Eu na verdade me surpreendi, pois no episódio anterior comentava acerca da abordagem de investigação passiva da narrativa, com muitas pontas soltas. Aqui, apesar das muitas questões sem respostas, há o exercício narrativo onde elas são mastigadas pelos personagens, embora eles não possam fazer ainda uma limonada com estes limões. E a reação de choque dos personagens e o desespero/estresse crescente no grupo, característica clássica de encurralados, enfim se torna um tanto mais aparente, apesar de ainda não ser como nós ocidentais, ou latinos sangue-quente, estamos acostumados. Fiquei pensando “oh, eles são japoneses, isto deve ser natural, certo?”. Bom, pelo menos até certo ponto? Gosto de consumir survivais, e nestes, há sempre o ponto de ruptura do grupo. 
As paranoias, histerias, medo, ninguém-confia-em-ninguém, a atrofiação do cérebro e gente sendo burra. Porra há um assassino entre eles, como podem se mostrar tão tranquilos? Ou talvez eu esteja assistindo horror demais? Ou ainda, isto tenha um motivo oculto? O que mexe com a gente quando assistimos bons mistérios é que às vezes nos revoltamos e debatemos com algo que se torna exatamente a chave mestra do quarto fechado. Até que se tenha todo o material em mãos, pode ser complicado julgar um episódio ou outro, e principalmente um exemplar como esse episódio onde acompanhamos mais de perto, ou quase, a intimidade da vítima. 

Já havíamos tido uma visão de Deus, quero dizer, privilegiada e metafisica, de toda a narrativa e detalhes sobre Magata que os personagens principais sequer desconfiam, nos deixando um ou dois ou até três passos muito à frente deles, mas o que sabemos agora são questões mais imediatas, como: sua multipersonalidade, o apego infantil notório pelo ambiente decorativo do quarto dela – uma metáfora de abandono afetivo, de vinculo com o passado, questões não resolvidas – e o fato de ter se tornado ainda mais claro, caso já não estivesse suficientemente claro, que a boneca assassina sempre foi Magata, e que se referir a esta como uma persona à parte, era como se ela não pudesse assumir a culpa. 
Disto tudo, eu só tiro a conclusão da obvia relação com o assassinato dos pais e o envolvimento sexual-afetivo com o doutor Shindou. Que o assassino, ou cumplice de uma opereta psicótica, ser algo intimo à Magata, nunca tive duvidas. Todo este espetáculo não é nada mais que movido à emoção – o que certamente torna a resolução ainda mais rebuscada e tão complicada quanto uma cama-de-gato, afinal, não importa o assassino; sim, o assassino não é tão relevante, mas o engendramento da tragédia. É ele quem traz à tona um assassino tão franzino e camaleão, com alguma relação oculta com a noiva fúnebre. Se o Poirot ou Miss Marple estivessem nesse laboratório, seria realmente fácil para eles. O que me deixa angustiada é: qual é a relação com Nishinosono Moe? Será mesmo o que andam dizendo, que ela é a irmã de Magata? Mas ela já tem uma irmã! O que consigo distinguir é que Nishinosono é a peça central do quebra-cabeça, afinal, como Magata poderia tomar conhecimento de uma existência como a do Saikawa se não fosse por estar intimamente relacionado à Moe? E por que tanto interesse? Questões.

Mesmo que pela ótica das teorias e palpites o episódio te ofereça saliva para debater, não muda o fato de que é um episódio chato, em termos de narrativa audiovisual. Todo o processo pode ser muito mais interessante de se acompanhar num livro, mas frame a frame é aborrecido e tremendamente didático. Ou seja, sem emoção. 

Avaliação: ★★★★★
Staff do episódio:
Roteiro: Toshiya Ono
Direção do episódio: Akiko Seki
Storyboard: Atsushi Takahashi
Direção de animação: Erina Kojima
Diretor: Mamoru Kanbe

Bônus:
-Se não mais, este episódio já valeu por existir por única cena! Pura poesia visual.

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Subete ga F ni Naru (Everything Becomes F): The Perfect Insider, review, resenha, análise, crítica, estudo, anime